quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Poema da noite e do dia

Da noite

Deixo que o meu adormecer
se espalhe pelo teu colo
e murmure nos teus ouvidos
histórias de encantar !!

domingo, 26 de setembro de 2010

Outono

Carrego no meu peito
o cheiro a vinhas vindimadas,
a Outono de folhas esvoaçando
pelo chão;
porta entreaberta que espreita,
sem desfeita,
a vontade de em teus braços
me acolher;
sonhos feitos abraços,
para viver uma aventura
de memórias gravadas
nos teus beijos …

Anseios de mulher!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Solidão

Se te perdes na noite,
é solidão?

Se escutas
ao longe
o silêncio
nas areias do deserto,
é solidão?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Escrevi meu nome no vento

Chovia num verão insatisfeito
E a chuva engrossou o meu lamento;
Com as letras guardadas no meu peito
Escrevi, grande, o meu nome e dei-o ao vento…

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Acontecer

Pode ser que as madrugadas
Não se rasguem nos clarões

Do sol nascente!

Pode ser que o mar se afogue
No seu próprio tenebroso temporal!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Setembro ...


Setembro chega com o cheiro a Terra parida
como uma onda de loiro trigo
em searas batidas pela aragem da tarde...

Bebe do mosto das uvas vindimadas
e se desfaz nas primeiras chuvas de Outono !

Depois dele, a Terra se refaz no descanso do frio
e se prepara para o ressurgir da Primavera!

sábado, 4 de setembro de 2010

Alvoroço

Para ver o teu rosto
No brilho dos meus olhos
Preciso de uma lágrima,
Sagrada,
que me escorra até à boca
que te beija,
louca,
ânsia de ser amada…

domingo, 29 de agosto de 2010

Quero-te

Quero-te
Como teus olhos pedem claridade
Como teu coração precisa de bater
Quero-te para inventar a felicidade
E deixar de sofrer!

Queria falar-te

Queria falar-te das coisas proibidas,
dos barcos que apodrecem
amarrados no cais,
das silhuetas da noite,
vultos,
sombras que adormecem
perdidas no inferno,
num açoite
donde não voltarão mais…

Queria falar-te
dos grandes desvarios
de gente poderosa
que arrasta pelos rios,
secos de fome,
outra gente…

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Loucura

A estonteante força
do meu desejo de ti,
baralha-me os sentidos:

Do sítio onde me deito
vejo rosas plantadas,
a florir no mar agitado
do meu peito;

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Caminhos

O mundo,
às vezes, tem cores
duma magia absoluta!

É um sopro de vida
febril, sagaz, astuta
que leva tudo à frente
num prazer que contagia…

domingo, 22 de agosto de 2010

Pedra Divina

No ar ainda virgem da manhã
passeando a liberdade
de sonhar,
vi um monte de pedras
isoladas…
despejadas,
sem história para contar!

Palhaço

Palhaço,
pintura no rosto,
no peito o desgosto...
vive na subcave da ilusão!

Circo errante,
vida reposta num instante;
e de novo na estrada,
sem nada.
Só vazio no coração!

sábado, 21 de agosto de 2010

Um beijo...

Naveguei,
num barco a remos,
até ao lago dos teus olhos;

Desci pela cascata
das tuas lágrimas
e afoguei-me
no caudal daquele beijo
há muito desejado...

Elvira Almeida

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Repasto

Sem saber quem eras
abri-te à possibilidade
de entrares no meu coração
e encontrares um lugar
sentado à mesa da minha Paixão…

Dois amores

Se a tua boca é flor
que escorre mel
e beijo com a volúpia
de quem pinta a vida
num painel,

Banco de Jardim

Fim de tarde e um banco de Jardim
As folhas levadas com o vento pelo chão
Parecem dizer-me: vives, então pede perdão!
E eu só me sentei, sem ninguém perto de mim!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Peço Perdão

Peço perdão por ser humana,
insana,
neste mundo em podridão!

Peço perdão
pelas ruas esburacadas,
pelas crianças sem pão,
pelas mulheres esfaqueadas,
pelos homens na prisão,
pelos preços a subir,
e as casas a cair,
pelos ricos egoístas,
pelos “istas”*
sem trabalho,
pela falta de agasalho,
no corpo de quem faz
do duro cascalho,
sua cama para dormir…!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Doce navegar

O meu amor por ti não tem cansaço!

Mas se eu te dissesse
que meu barco
tem rotas suas velas
e precisa, urgente,
aportar no teu abraço?

Quero

Quero
acordar corações adormecidos
de pulsar fraco
e ondas de melancolia no olhar;

Fartei-me de me ser

Grito-me para que me ouça
chorar
as lágrimas que me queimam
o rosto
nas ansiedades,
nas trevas,
nos pecados,
na solidão …

Meus olhos nos teus

Na luz que se esconde
com o entardecer,
olho os teus olhos
que querem reaprender
a ver
a beleza do pôr do sol;

Palavras Ditas

Voo, com o meu cavalo alado,
pelos ares que me levam a ti...