Nas vidraças dos meus olhos
Chovem saudades, tormentos,
Matéria dos desalentos
Da vida desfeita em escolhos!
No nevoeiro escondo a alma;
Estou presa num sobressalto
Sou náufrago no mar alto
Em busca de porto e calma!
Se não chorar não sossego
Preciso desse aconchego
Que tinha, de ti, num beijo!
Toma meu corpo febril
Recolhe as chuvas de Abril
E lava este meu desejo!