Vivi na madrugada dos teus olhos
No cheiro da tua alma, adormecida;
Do jardim do meu peito colhi molhos
De flores, que ofereci à tua vida!
Fizemos tantas juras que a saudade
Nunca iria viver nesta paixão
Na tela deste amor, só liberdade,
A fortes cores pintada p’la ilusão
Porquê, então, há pedras no caminho
e vazio no abraço, sem ternura?
Porquê, amor, me sinto tão sozinho
E só tenho, nos olhos, noite escura?