sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Banco de Jardim

Fim de tarde e um banco de Jardim
As folhas levadas com o vento pelo chão
Parecem dizer-me: vives, então pede perdão!
E eu só me sentei, sem ninguém perto de mim!

O peso do tempo que carrego e que passou
Não é leve, mas eu posso bem com ele!
Não é p’lo tempo que sofro em minha pele
Mas tão somente por quem me abandonou!

Por que se olha a idade passada desse jeito
Por que os mais velhos são arrancados do peito
Por quem eles viveram a vida em frenesim?

A sociedade esquece depressa (é seu defeito)
Quem, sem nada, mendiga apenas o direito
De ser velho, à tarde, num banco de Jardim!

Elvira Almeida

2 comentários:

  1. Este poema faz-me lembrar uma canção da Mafalda Veiga que também aborda o tema da solidão dos idosos, "O velho sentado no banco de jardim", parece-me... Vou trabalhar o seu poema com os meus alunos, se não se importar. Bj

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  2. Esteja à vontade, Custódia.
    Dá-me um imenso prazer poder ser útil.

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