Quero
acordar corações adormecidos
de pulsar fraco
e ondas de melancolia no olhar;
Quero
partilhar a firmeza dos meus desejos
de chegar, com todos os que têm de
chegar a lugar algum;
Quero
morder os lábios até que o sangue
me escorra para o peito aberto
pela dor de mim e de todos;
Quero
segurar pelos cabelos
os supostamente mais afortunados
e abrir-lhes a porta da rua
das ilusões perdidas dos que passam;
Quero
mastigar palavras para que não
saiam insultos,
pendurados na ponta da língua afiada;
Quero
soltar um grito de escuridão
e acender todas as estrelas
que se arrastam na lama;
Quero
partir do cais seguro
e abandonar no alto mar
todas as “porcarias” que não flutuam;
Quero
sair do mundo e voar bem alto
acima de todas as nuvens que
a Natureza nos oferece em troca
do desrespeito e da ganância;
Quero
deixar escrito num papel de arroz
o destino dos homens que não sabem
andar devagar e ficam loucos;
Quero
a minha vontade e a dos outros biliões
de humanos serem levadas a sério,
contra os restantes que se miram
no espelho que cria falsas imagens,
vestindo-as de senhores do mundo;
E Quero…
viver na raiz do teu olhar
e colher das lágrimas que soltas
o alimento para a minha alma
sequiosa de ti …
Quero
despir a minha pele e com ela
tecer cordões umbilicais
que nos liguem como um feto
se liga ao ventre materno;
Quero
acordar de mansinho, ao teu lado,
beijar a tua intenção de me beijar
e colocar o teu sorriso e o meu sorriso
nas asas duma borboleta, que os espalhe
como sementes do Amor ansiado,
teimosamente desperdiçado
nos corações dos homens
Que belo poema, Elvira!
ResponderEliminarUm poema que é um desinquietar de consciências na construção de um mundo melhor.
E, como sempre, onde o Amor tenha um lugar destacado!
Manuel Amial
Crítica social, aliada ao amor!
ResponderEliminarQuero que a sua poesia voe bem alto.
Custódia