Peço perdão por ser humana,
insana,
neste mundo em podridão!
Peço perdão
pelas ruas esburacadas,
pelas crianças sem pão,
pelas mulheres esfaqueadas,
pelos homens na prisão,
pelos preços a subir,
e as casas a cair,
pelos ricos egoístas,
pelos “istas”*
sem trabalho,
pela falta de agasalho,
no corpo de quem faz
do duro cascalho,
sua cama para dormir…!
Peço perdão
pelo preço que pagamos
pelo lixo e pelo entulho
que uns fazem, e outros
se obrigam a comer,
para sobreviver,
sem barulho…
Peço perdão
pelas arvores que morrem
fustigadas pelo fogo,
pelo corte em demasia,
pelos animais que vão
desaparecendo,
e por quem vai comendo
caviar, trufas, rodovalho
porco preto,
ou outros tipos de iguaria
Peço perdão
pelo sangue que escorre
pelas ruas,
onde crenças dão guerras
e só verdades cruas,
pela subida das águas,
ou pelas secas
que matam povos
desolados.
Coitados!
Peço perdão
pelo ódio que grassa
neste mundo,
pela diferença dos credos
e das cores,
tão forte, ainda, tão profundo,
impróprio de sentir
pelas gentes desta raça…!
Peço perdão
pelos amores impossíveis,
dolorosos de viver,
entre gente nascida
em fronteira diferente…
mas que se quer
e só por querer,
tudo faz acontecer,
indiferente ao ódio e ao horror!
Felizmente que ainda existe o Amor!
Nas lutas pelo sentir
ganha sempre o coração…
… e pela vitória do Amor
Eu não peço Perdão!
Elvira Almeida
*retalhistas, electricistas, coristas, motoristas, etc.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarE eu peço perdão por ter entrado, sem ser convidado (nem limpar os pés no tapete), mas sempre fui um oportunISTA. Parabéns L...Elvira, pelo Blogue (os seus poemas há muito mereciam uma montra, onde ficassem em ex.posição).
ResponderEliminarPicarISTA
Elvira,
ResponderEliminarEnfim, com estas palavras, parece que começo a acreditar que, mesmo vivendo eternamente, não conseguirei aproximar-me minimamente do seu saber e sentir, pois sei que mesmo eterno, não seria o suficiente para sentir tanto como este poema me fez sentir.
Obrigado
arlindo Moreira
Arlindo Moreira
Elvira, felicito-a por este novo espaço e pelo poema, denunciando injustiças e tudo o mais que nos causa sofrimento e repulsa.
ResponderEliminarMuitas são as calamidades que afligem a Humanidade, umas de ordem natural, outras provocadas por ambições e, quantas vezes, pelos preconceitos e cegueira dos poderosos, que não olham a meios para alcançar os seus fins - tal como Maquiavel recomendava ao "Príncipe"...
Muito sucesso para a sua obra poética, são os meus votos!
Beijos,
Manuel Janicas
Elvira
ResponderEliminarO meu comentário era um poema para ti...lamento que o sr. administrador tenha cortado...Com que direito? Cortar a epressão?
antónio leite de Magalhães...
mais eu dou-me ao direito de não te bajular mas ajudar, pois só as palavras bonitas não chegam...Este teu poema parece uma autocritica quando nada deves a ninguém... és como eu dizia alí a menina da Ajuda com a flor no avental...
É um risco que se corre quando os comentários são anónimos.
ResponderEliminarPeço desculpa pelo administrador.
Para a proxima, identifique-se, por favor.
Vou pedir para não cortarem este.