Loucura

A estonteante força
do meu desejo de ti,
baralha-me os sentidos:

Do sítio onde me deito
vejo rosas plantadas,
a florir no mar agitado
do meu peito;
apanho as ondas que rebentam
no jardim;
passeio à trela,
peixinhos dourados
e vermelhos
que sorriem para mim;
empresto às crianças que passam
a Ursa Maior para que brinquem,
como se se tratasse apenas de um
quadrado mal feito com cauda;
faço vestidos da espuma das ondas
batidas pelo mar
para cobrir a minha nudez
e, nas noites mais longas,
consigo contar todas as estrelas
do Universo…

Oiço vozes à conversa
que passam entre si a mensagem
da minha ansiedade…
e um recado urgente:
“Vem”, “vem”…
A solução estava na verdade
da tua afeição,
no teu sorriso,
no teu beijo quente
no teu carinhoso afago…
… em ti!

Quando voltavas,
repunha a minha sanidade mental!